18/08/2008

Estágio -2008



Este ano foi, diferente, como será sempre, mas com as regras antigas em que tinhas-mos de ficar todos a dormir lá.
Só por isso tornou diferente, pelo menos para mim, pois devido a minha vida particular estive em risco de não poder participar, mas foi sem duvida uma boa experiência, desde da vertente fisica a vertente tecnica foi diferente do ano passado,para quem lá esteve, para quem não esteve foi pena, mas para ano a mais.
Este pequeno poema representa o meu pensamento do estagio:

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

Charles Chaplin


Mais palavras para quê.....




12/07/2008

Kochirae


A montagem de um katana

Kochirae são os elementos que constituem a montagem da espada como um todo (bainha, empunhadura, guarda, trançados e decorações). São a “roupa” que a lâmina veste.

O kochirae mais simples, que toda espada recebe após ser forjada, é um simples conjunto de empunhadura e bainha de madeira, que serve para proteger e guardar a lâmina. Seu nome é shirasaya. Os elementos do kochirae são:

Saya: a bainha da espada. Geralmente laqueada, pode apresentar textura e decoração. É feita sob medida para cada espada. No saya temos o koiguchi (abertura onde a lâmina entra e se encaixa), o kurigata (aro onde prende-se o cordão da espada), o sageo (cordão que prende o saya ao obi) e o kojiri (ponta do saya).

Tsuba: A guarda da espada. Esta peça apresenta uma enorme variedade de formas e decorações, sendo objeto de coleção e apreciação tão grande quanto a própria espada.

Dos dois lados do tsuba encaixa-se dois espaçadores, geralmente de cobre, chamado seppa. Têm função mecânica de absorver impacto.

Outro componente de caráter mecânico é o Habaki, o colarinho da espada que prende a lâmina no Saya. Devido a sua função de encaixar a espada no Saya, todas as espadas apresentam Habaki.

Tsuka: A empunhadura da espada. Feita tradicionalmente de madeira, recoberta com pele de arraia e trançada com algodão ou couro. Consiste também no Fuchi e Kachira (extremidades proximais e distais do Tsuka) e Menuki (peça decorativa que fica abaixo do trançado do tsuka e serve para reforçar a pega da mão na espada). Como são utilizadas no mesmo Tsuka, elas são fabricadas e decoradas em conjunto.

O último componente mecânico do kochirae é o Mekugi, pino de bambu ou metal que prende o Tsuka no Nakago, fixando e finalizando a montagem da espada.

Curiosidade
A idéia de imaginar o Kochirae como uma roupa para a espada não é por acaso. Realmente, uma katana podia ter diversos, kochirae diferentes para cada ocasião. Desde “ roupas” para descansar, como a própria shirasaya, até montagens para ir à corte imperial, passear na rua e outra para ir ao combate. Na verdade, muitas das bainhas e montagens das espadas não são as originais, mas foram sendo substituídas no decorrer dos anos.

Partes do Katana


A Anatomia da Espada Samurai

Cada parte da espada tem um nome. Saber o que quer dizer cada um é fundamental para descrevê-la, apreciá-la e mesmo entender sua forma.

Toshin: É o nome próprio da espada como um todo, da ponta da lâmina até a extremidade do cabo.

Kami: A lâmina propriamente dita. Vai da ponta da espada até onde ela se encaixa no cabo.

Nakago: A área da espada não polida que se insere dentro do cabo.

Nakagogiri: A ponta do nakago.

Kissaki: Ponta da espada

Munesaki: Ponta da Kissaki

Mune: Dorso da espada

Hasaki ou Ha: Parte cortante da Lâmina; o gume.

Machi: Região da intersecção entre o kami e o nakago. É a parte onde se encaixa o colarinho da espada quando ela é montada por completo. O lado que se situa no dorso da espada é o Mune Machi. O lado que se situa na frente da espada é chamado Há Machi

Mekugi Ana: Furo onde se insere o pino que prende a espada ao cabo e estabiliza a montagem da espada.

Yasurime: Marcas de lima feitas pelo artesão no Nakago. Sua forma é característica de cada escola/ artesão.

Mei: Assinatura do artesão no Nakago.

Hamon: Linha de têmpera da lâmina. Assume diversas formas e desenhos de acordo com o artesão e escola.

Boshi: O hamon da kissaki

Shinogi: Linha que aparece entre o Hamon e o Mune

Koshinogi: Linha entre o Mune da Kissaki e o Boshi

Yokote: Linha que divide a kissaki do resto da lâmina

Mitsukado: É o ponto de intersecção de todas estas linhas: Shinogi, Koshinogi e Yokote.

Ji: Espaço compreendido entre o Mune e o Hamon. É a “carne” da espada, onde podemos observar o trabalho e a atividade do processo da forja. Divide-se entre Shinogi Ji (entre o Mune e o Shinogi) e Hira Ji (entre o Shinogi e o Hamon). No Shinogi Ji podemos encontrar gravações (Horimono) ou sulcos (Hi).

Curiosidades: As espadas ocidentais são apreciadas em montagem completa (cabo, guarda, pomo) e toda sua assinatura e gravações se encontram na lâmina. Quando falamos de espadas japonesas, desconsideramos sua montagem (bainha, cabo, guarda). A apreciação da espada japonesa diz respeito apenas à sua lâmina despida. A montagem da espada japonesa pode mudar de dono para dono ou mesmo ser perdida no decorrer dos anos, sem que isto altere a classificação da lâmina.

15/05/2008

História do USUI REIKI RYOHO


Mikao Usui foi o homem responsável pelo desenvolvimento do Reiki no Japão. Nasceu em 1865 na vila de Taniaimura, agora chamada Miyamachi, em Kyoto. Usui tinha um conhecimento profundo do Budismo Gendai e procurava o derradeiro propósito da vida. Esta procura levou Usui a estudar uma variedade imensa de sistemas de evolução espiritual e auto cura (na cultura Japonesa, cura também significa evolução).
Ele passou anos nessa sua procura.

Consolidando o seu conhecimento do Budismo Gendai, Shintoismo, Shugendo em conjunto com a sua experiência em artes marciais, e vários sistemas de auto cura, permitiu que Usui desenvolvesse um método (USUI REIKI RYOHO) possível de ensinar a qualquer um que se disponha a aprender e praticando-a a pudesse desenvolver e usá-la nos outros.

Usui queria partilhar esta capacidade existente em cada ser humano ao maior número de pessoas possível.

Muitas das histórias publicadas dirão que Usui esteve em meditação durante 21 dias, o que o levou a um momento de iluminação. Isso provavelmente aconteceu, e mais que uma vez, contribuindo para o desenvolvimento do sistema, no entanto, a verdade é que Usui não subiu o monte e passado 21 dias voltou com o sistema USUI REIKI RYOHO caído do céu, esse sistema levou-lhe um grande período de tempo a ser desenvolvido.

Nessa altura, o Japão abria as suas portas ao ocidente, que por sua vez absorvia uma cultura ancestral e cheia de conhecimento diferente e o USUI REIKI RYOHO foi um deles.

14/04/2008

Iaijutsu e Iaido











Dois nomes para a mesma arte


O treino dos samurais nas artes da espada servia não somente para prepará-los para o combate, mas também como um caminho para o auto-conhecimento, o equilíbrio e a iluminação espiritual.

Ainda no período Edo (1603-1868), o famoso samurai Yagyu Munenori, instrutor dos três primeiros xoguns Tokugawa, já falava sobre Katsujinken, ou seja, a espada que traz a vida. Procurava-se usar a prática da espada como uma forma de beneficiar toda a sociedade através da formação do indivíduo.

Dentre as diversas técnicas do Kobudo - as artes marciais criadas pelos samurais - o Iaijutsu sempre se sobressaiu como a arte onde este desenvolvimento fica mais evidenciado. O grande número de detalhes das seqüências, juntamente com a atitude de prontidão e serenidade que os praticantes conservam ligou profundamente o Iaijutsu a outros caminhos, como a meditação Zen.

A partir do final do século XIX e no início do século XX, alguns estilos procuram evidenciar estes objetivos no treino através do sufixo - DÔ -. Assim, existem escolas que se referem à Iaijutsu por Iaido. Dois nomes diferentes para o mesmo tipo de técnicas. Por serem escolas anteriores a 1868 (ano da restauração Meiji) são estilos de Kobudo. O termo Iaido foi pela primeira vez usado por Nakayama Hakudo (1869- 1952), fundador do estilo Muso Shinden Ryu e se popularizou também por outros estilos.

O termo Iaido também é usado para se referir a sistemas modernos de iai, fundados com base nos estilos de Kobudo, como o Seitei Iaido. Criado no final da década de 1960 por uma comissão de mestres de alguns dos principais estilos de Iaijutsu, reunidos pela Confederação Japonesa de Kendo (Zen Nihon Kendo Renmei), o Seitei Iaido tinha por objectivo criar uma série de katas que seriam difundidos entre os praticantes de Kendo para passar noções do manuseio do Katana.

O ênfase no aspecto competitivo e busca de graduações no Kendo acabou por restringir o seu treino ao uso da Shinai, a espada de bambu, que é diferente do katana tanto em comprimento quanto na empunhadura. Com isto, os praticantes de Kendo perderam o hábito de manusear espadas reais. Os idealizadores do Seitei Iaido pretendiam preencher esta lacuna introduzindo o Iai como parte do treinamento do Kendo.

Inicialmente, houve resistência por parte dos praticantes de Kendo no Japão quanto à prática do Seiti Iaido. Nas décadas seguintes, principalmente depois dos praticantes de Kendo da Europa e América abraçarem com entusiasmo o treino, o Seitei Iaido passou a ser praticado mais amplamente dentro do Japão.

Originalmente foram criados 7 katas. Em 1981 e 2000 foram adicionados novos Katas, chegando ao conjunto de 12 seqüências praticadas hoje em dia.

Muitos dos grandes mestres do Seitei Iaido são também mestres dos estilos de Iaijutsu. As práticas acontecem muitas vezes em paralelo dentro de seus grupos. É comum também os praticantes do Seitei Iaido procurarem, após algum tempo de prática, completar o seu treino aprendendo os estilos tradicionais de Iaijutsu. Dentro do Instituto Niten, a ênfase dá-se na prática dos estilos tradicionais de Iaijutsu, como Suio Ryu, o Muso Shinden Ryu e o Sekigiguchi Ryu, entre outros.

O Sensei Jorge Kishikawa é também praticante do Seitei Iaido, tendo sido um dos primeiros praticantes de Kendo brasileiros a iniciar esta prática. Dentre outros mestres de Seitei Iaido, o Sensei é aluno do Mestre Haga Tadatoshi, conhecido como "Mestre dos Mestres" de Seitei Iaido e presidente da Confederação Japonesa de Iaido.

Iaijutsu



Serenidade, precisão e eficiência

A habilidade notória e inigualável dos Samurais no combate com espadas é mundialmente conhecida.

No cinema foi imortalizada através dos filmes do consagrado director Akira Kurosawa e mais recentemente no filme O Último Samurai, protagonizado por Tom Cruise. Nas telas do cinema foi mostrado como, nas mãos dos Samurais, o manejo do katana transcende a luta e alcança um estado de arte, um caminho para a perfeição a ser trilhado por todos que buscam auto-conhecimento e equilíbrio.

A integração máxima entre precisão, eficiência e desenvolvimento espiritual nas artes samurais deu-se com o aparecimento do Iaijutsu. Desenvolvido durante o período Edo (1603-1868) por Hayashizaki Jinsuke Shigenobu (1542-1621), o Iaijutsu consiste em usar o movimento de desembainhar a espada como ataque ou defesa, uma habilidade que se tornou vital nessa época, quando os duelos tomaram o lugar do combate nos campos de batalha.

O Iaijutsu é a arte de vencer antes mesmo de desembainhar a espada.

O principal estilo praticado nas aulas de Iaijutsu é o Suio Ryu. Os fãs de histórias em quadrinhos japonesas conhecem este estilo pelo mangá Lobo Solitário, onde o protagonista Ito Ogami, é um mestre do Suio Ryu.

Muitas vezes o samurai quando era atacado pelo elemento surpresa, quando menos esperava um ataque. Sacar a espada com rapidez e eficiência tornou-se uma habilidade essencial. O samurai hábil no Iaijutsu conseguia vencer antes mesmo de desembainhar a espada, sendo o corte apenas a conclusão da vitória. Com o passar dos anos o Iaijutsu difundiu-se pelo Japão e surgiu um grande número de estilos, em especial Suio Ryu, Muso Shinden Ryu e Sekiguchi Ryu.

A prática do Iaijutsu implica concentração, presença de espírito e equilíbrio, que são desenvolvidos ao longo dos treinos. Os alunos aprendem mais do que sacar a espada: O Iaijutsu ensina a estar preparado em todos os momentos e com serenidade e segurança encarar as situações adversas que encontramos.

25/03/2008

Bushido


O caminho do guerreiro samurai

O Bushido (bushi = guerreiro, do = caminho), o código de honra e ética do guerreiro samurai, despertou o interesse de muita gente em 2004, especialmente pelo lançamento do filme "O Último Samurai", que mostra o astro Tom Cruise como um militar americano cuja vida muda ao conhecer os samurais e o Bushido.

É natural, num tempo e sociedade tão carentes de valores como estes no qual vivemos, que o Bushido chame a atenção. Os seus valores atemporais trazem uma clara noção entre o certo e o errado, acrescentando mais importância e ideal à vida das pessoas.

O Bushido surgiu e consolidou-se juntamente com a história dos samurais durante os períodos Heian a Tokugawa. As virtudes do Bushido - Justiça (GI), Coragem (Yuu), Benevolência (Jin), Educação (Rei), Sinceridade (Makoto), Honra (Meiyo) e Lealdade (Chuugi) - tiveram origem em três correntes principais, o Budismo, o Shintoismo e o Confucionismo.

Do Budismo, o Bushido herdou a coragem ao encarar a morte e o desapego pelas questões materiais.

Do Confucionismo surge a lealdade ao senhor feudal, a relação com a sociedade e a importância do nome da família. Dentro do Bushido as linhas gerais que regem as mais variadas relações entre as pessoas, como Mestre e Discípulo, Sempai e Kohai, pai e filho, irmão mais velho e mais novo, marido e mulher possuem raízes no Confucionismo.

Do Shintoismo trouxe o respeito para com a terra, com o feudo e a estima pela essência, o espírito que há em tudo, desde as pessoas aos lugares, as espadas e os demais utensílios dos samurais.

Para o Samurai era preferível a morte à desonra. A desonra fica como uma mancha, marcando toda a família. Esta era uma vergonha que nenhum samurai conseguia suportar.

Uma das obras mais importantes sobre o Bushido é o Hagakure – "Folhas Ocultas" – escrito por Yamamoto Tsunetomo, um samurai da província de Saga, no Século XVII. A aceitação resoluta da morte fica clara no trecho: "O Bushido implica em escolher sempre a morte quando houver a possibilidade de escolha entre viver e morrer"

O grande samurai Miyamoto Musashi Sensei, escreveu em sua obra, o Livro dos Cinco Anéis: " O Caminho do Guerreiro é a aceitação resoluta da morte". Isto resume o sentimento do samurai em relação ao Bushido. A vida tem um valor imensurável, porém mesmo esta é deixada de lado face a valores ainda maiores.

O Bushido Hoje

Dois séculos após o fim dos samurais como classe social, o Bushido permanece vivo dentro da cultura japonesa. Isto deve-se aos nove séculos em que o Japão teve nestes valores a guia-mestra para todas as relações humanas.

O prejuízo causado à população japonesa, após a Segunda Guerra Mundial, foi incrivelmente superado em pouco tempo. O país passou de nação derrotada a potência mundial em apenas 30 anos. Essa recuperação foi directamente influenciada pelo Bushido.

Apesar destes valores estarem hoje atenuados na sociedade japonesa, e muitas das novas gerações acreditarem que são valores pertencentes ao passado, há lugares onde o Bushido mantém a sua forma próxima à original. Estes lugares são os tradicionais dojos de Kobudo.

Kobudo é a denominação dos estilos de combate criados antes de 1868 , o ano da restauração Meiji, que marcou o fim dos samurais como classe poucos anos depois.

São nestes Dojos que sobrevivem, de facto, os últimos samurais. Pessoas que cultivam, em pleno século XXI, o modo de viver dos guerreiros que fizeram da honra e da ética os instrumentos para governar uma nação.

O Livro do Samurai


Hagakure


"..se você for morto em batalha, você deve estar disposto a ter o seu cadáver enfrentando o inimigo."

Yamamoto Tsunetomo






Hagakure – que pode ser traduzido tanto como “folhas ocultas” ou “oculto pelas folhas” – foi publicado em 10 de Setembro de 1716 e é uma compilação das filosofias de Yamamoto Tsunemoto, um vassalo de Nabeshima Mitsuhige, o terceiro senhor do que agora é a prefeitura de Saga.
O livro é considerado não tanto pela sua filosofia, a qual disserta sobre assuntos profundos até mundanos passando por absurdos, mas pelo contexto histórico em que ele foi escrito.

No ano em que Mitsuhige faleceu, em Maio de 1700, o Japão havia completado exatamente 100 anos de paz. Isto tinha deixado os samurai com o mesmo problema das forças militares modernas: o que é feito de um guerreiro disciplinado, orgulhoso, em épocas de paz duradoura?

Essa mesma questão é discutida actualmente: assuntos políticos e problemas orçamentários sobrepõe-se à prontidão e à moral militar. Considere então o que o samurai - guerreiro do Japão feudal fanaticamente obcecado com honra e pronto para dar a vida pelo seu senhor - deve ter sentido ao ver a sua profissão estagnar.

O próprio Tsunemoto foi proibido de cometer junshi, o suicídio ritual em que o vassalo segue o seu senhor na morte, pelo Shogunato Tokugawa e isso, sem dúvida, contribuiu para a sua frustração. Portanto, sob um ponto de vista, Hagakure não é apenas “O Livro do Samurai”, mas sim um último suspiro de uma casta em extinção (Entretanto, o “culto do guerreiro” haveria de aparecer mais duas vezes com trágicas conseqüências na história recente do Japão: uma vez durante as rebeliões do Exército Imperial que levaram ao Incidente da Manchúria e à Segunda Guerra Mundial, e outra em uma escala menor, quando um dos mais famosos autores do Japão, Yukio Mishima, cometeu o suicídio ritual samurai seppuku num quartel general das forças armadas japonesas por várias razões, entre elas a sua obsessão com o Bushido, o código de conduta do guerreiro samurai).

A filosofia do Hagakure é uma típica fusão entre o Zen e o Confuncionismo que prevalecia durante o período Edo (1600-1868). Este sistema social único foi promulgado pelo Shogunato Tokugawa porque a ênfase confuncionista em adoração aos antepassados junto com o Zen fortalecia a idéia de status quo no conceito do sistema de classes feudais, como a devoção filial e o respeito à profissão. Portanto, a idéia de que filhos de fazendeiros deveriam ser fazendeiros e de que filhos de samurais deveriam ser samurais foi fortalecida, protestar sobre a sua própria posição seria desrespeitar os próprios pais e infringir a lei era algo que trazia uma vergonha insuportável para todos, sua família e conhecidos.

Ainda que o Japão se esteja a tornar cada vez mais ocidentalizado nos últimos tempos, as regras do Shogunato de 268 anos ainda tem forte influência no comportamento japonês. Portanto, para entender os japoneses, é útil entender a sua história sócio-política.

O Hagakure, além de pintar o retrato histórico do samurai durante o período Edo, tem alguns ensinamentos filosóficos preciosos, tais como:

  • Ter apenas sabedoria e talento é o que menos conta;
  • É difícil os hábitos de um tolo mudarem para o altruísmo;
  • Um samurai sem um grupo e sem cavalo não é um samurai;
  • Um homem existe apenas por uma geração, enquanto o seu sobrenome dura até ao fim dos tempos;
  • Continue a esporear um cavalo que já está correndo;
  • Sem dúvida não há mais nada do que o propósito do momento presente. A vida inteira de um homem é feita de uma sucessão de momento após momento: se a pessoa entende completamente o momento presente não haverá mais nada a fazer e mais nada para se alcançar;
  • Em todas as negociações é essencial ter uma aproximação sem idéias pré-concebidas. A pessoa deve dar, constantemente, a impressão de que ele está fazendo algo excepcional e isto é possível apenas com um pouco de empatia;
  • Uesugi Kenshin (um famoso daimyo) uma vez disse: “Eu nunca penso em ganhar do começo ao fim, mas sim em não ficar para trás em qualquer situação”;
  • O fim é importante em todas as coisas (Yamamoto frisa este ponto várias vezes, usando vários exemplos para mostrar que se as coisas terminam mal, tudo que foi feito de bom anteriormente não vale nada. Isto enfatiza a idéia da pessoa estar focada em todo momento presente, para deste modo nunca ser negligente).

A história dos Samurais


Samurai

Honra. Justiça. Perfeição. Lealdade.


Estas são algumas das palavras associadas aos Samurais, a classe guerreira do Japão feudal e até hoje a sua influência é sentida no modo de viver e de pensar do povo japonês.

Os samurais surgiram como classe guerreira na época feudal do Japão e dominaram
o país por quase 8 séculos (séc. VIII ao XIX). Ser um samurai era um prestígio social, uma vez que a classe guerreira ocupava os mais altos cargos dentro da ditadura militar nipônica, chamada Xogunato ou Bakufu.

Inicialmente, a função do samurai era apenas colectar impostos e servir o Império. A partir do século X, a figura do samurai toma forma e ganha uma série de funções militares, alcançando seu ápice no século XVII.

Os estilos marciais criados pelos Samurais hoje são chamados Kobudo. Era através da prática destes estilos que o samurai aperfeiçoava as suas técnicas, fortalecia o seu espírito e visava o seu aprimoramento, com a auto-disciplina e o auto-controle. Mas o que tornou esse guerreiro único foi o seu famoso código de honra e conduta, o Bushido. Além da filosofia assimilada pelos samurais, o Bushido trazia preceitos para o comportamento correcto diante de todas as situações.


Aquele que serve

Samurai (kanji: ) significa literalmente "aquele que serve", herança de quando eram subordinados diretamente ao imperador. Outro termo muito usado para se referir aos samurais é Bushi (武士), que significa literalmente "guerreiro". É a raiz da palavra Bushido (武士道), ou "Caminho do Guerreiro".


Os últimos Samurais

Com a Restauração Meiji, em 1868, a classe samurai foi abolida e estabeleceu-se um exército nacional ao estilo ocidental. Perante essas reformas, o samurai não deixou morrer a sua tradição. As artes com a espada, criadas na época, foram cultivadas e passadas de geração em geração até os dias actuais. E o Bushido sobreviveu na sua forma mais pura dentro dos dojos de Kobudo.

Actualmente, as artes dos antigos samurais são praticadas com o objectivo de ajudar as pessoas a superar obstáculos no seu dia-a-dia e adquirir tranqüilidade, controle, disciplina e auto-confiança.

Os Samurais Modernos são pessoas que aplicam a filosofia do Bushido nos dias de hoje e praticam as artes da espada, mantendo viva uma tradição de 800 anos.

20/03/2008

O Samurai...



Miyamoto Musashi (宮本武蔵), Japão, Miyamoto, 1584 - Japão, Kumamoto, 13 de junho (19 de maio no calendário japonês) de 1645, foi um famoso samurai japonês.
Além de criar o estilo de luta com duas espadas chamado Niten Ichi Ryu (ou Hyoho Niten Ichi Ryu Kenjutsu), escreveu o tratado sobre artes-marciais conhecido como o Livro dos Cinco Anéis.



Era Tokugawa (1603-1868), Miyamoto Musashi (1584-1645) é um dos heróis nacionais do Japão. Vivendo num período histórico de transição, onde os tradicionais métodos dos samurais eram aos poucos substituídos por armas de fogo (ainda primitivas), ele simbolizou o auge do bushidoguerreiro, onde um homem com uma espada na mão representava o máximo da realização individual.

Vários espadachins percorriam o país, alguns simplesmente a procurar um adversário famoso como forma de promoção e outros a procurar realmente aperfeiçoar a sua técnica. Musashi era um destes aventureiros. Como narra na introdução de "O Livro dos Cinco Anéis", nunca foi derrotado em combate, apesar de ter enfrentado mais de sessenta oponentes, algumas vezes mais de que um em simultâneo.

O verdadeiro Musashi nasceu na aldeia de Miyamoto, província de Mimasaka, e chamava-se "Shinmen Musashi No Kami Fujiwara No Genshin". De seu pai, Shinmen Munisai, um "goushi" (pequeno fidalgo rural, algo entre um camponês e um samurai), teve as primeiras lições com a espada. Aos treze anos, travou o seu primeiro duelo, vencendo o então famoso espadachim Arima Kibei.

Mas, a sua maior proeza talvez seja a de ter criado um estilo de luta com duas espadas, chamado Niten Ichi Ryu, onde os seus discípulos e praticantes têm acesso aos katas e estratégias que o tornou imbatível pelos sessenta duelos.

Vale a pena lembrar que, apesar do estilo Niten Ichi Ryu ser conhecido pela luta com duas espadas, contém técnicas com a espada maior (tachi seiho), espada menor(kodatchi seiho) e o bastão longo , o bojutsu. Um dos fios condutores da narrativa de Musashi é exatamente o nascimento deste estilo, desde a primeira idéia, instintiva, até as poéticas considerações sobre a luta com duas armas.

Além de ter sido um duelista imbatível, Musashi também se dedicou a outras artes, como a caligrafia e a escultura, e chegou a escrever livros sobre esgrima e estratégia.

Em 1643, ele retirou-se para uma caverna, conhecida como Reigandō, a oeste da cidade de Kumamoto. Como eremita escreveu o seu tratado mais conhecido, o Livro dos Cinco Anéis "Gorin No Sho". "Go" significa cinco,"rin" significa anéis ,e "sho" significa escrito, pergaminho ou livro. Concluiu-o no segundo mês de 1645.

Em 1645, no décimo segundo dia do quinto mês (data japonesa), sentindo a aproximação da morte, Musashi libertou-se das suas posses materiais, após entregar a cópia manuscrita do Livro dos Cinco Anéis a seu discípulo mais próximo, o irmão mais novo de Terao Magonojo. Ele faleceu em Kumamoto por volta do dia dezenove do quinto mês, segundo o calendário japonês da época.

A história da sua vida tornou-se uma lenda e uma forte inspiração para o imaginário japonês, inspirando diversas gravuras Ukiyo-e, livros, filmes, séries de TV, mangás e vídeogames.




16/03/2008

A Historia antes do Nascimento.....


Estudo da Geneologia de Senshin Ryu Ju Jutsu - Vajramushti

O Vajramushti e o Kalarippaytt que podem ser traduzidos como "O caminho da arena", são artes marciais muito antigas originárias da India, da região de Kerala. O monge Bodhidharma usou provavelmente o Kalaripayat e o Vajramushti para criar as bases do Shao-Lin-Kêmpo.

Khalorika, em sânscrito, significa "o local onde se praticam as técnicas marciais dos Kshátriyas". Foi daí que se acredita que a palavra Kalarippayatt tenha surgido. Kalari significa "escola" e payatu significa "arte marcial".

Vajra significa "bastão, cetro", e mushti significa "soco, pancada, batida". Entretanto, o Vajramushti é mais conhecido como Kalaripayatt ou Kalaripayattu. Esta é uma das artes marciais mais antigas no mundo. O seu propósito está em ajudar a manter uma harmonia exterior e interior no homem e com a sociedade.

O Kalaripayattu era uma arte praticada pelos Kshátriyas, a classe guerreira da Índia. Siddhartha Gautama - o Buddha - foi praticante assíduo do Kalaripayat. O Kalaripayattu é uma prática vinculada aos Rishis. O Vidya Yoga mantém a prática desta arte marcial em sua codificação. Quem pratica Vidya Yoga tem a oportunidade de conhecer a prática do Kalaripayattu e do Vajramushti.

O Kalaripayattu é a Arte Antiga do "Marma", isto é, dos 108 pontos vitais no corpo humano (sthula sharira ou físico denso). Kalaripayattu, Chilambam, Kabádi e Vajramushti são artes marciais praticadas em Tamil Nadu e Kerala por muitos séculos. Elas são mais divulgadas como artes de condicionamento espiritual e mental, físico e emocional do Ser Humano, do que uma mera arte de luta - como tantas que já existem.

O Kalaripayattu pode ou não ser praticado com armas, tais como: bastões longos ou curtos, lanças, espada, etc.


Surgimento

Acredita-se que os Rishis guerreiros ensinaram os seus segredos aos principais Brahmins. Esses, por sua vez, treinaram outros e escolheram 21 peritos em combate corpo a corpo, com os quais os guerreiros, Yodhas, foram treinados. Esses 21 guerreiros estabeleceram 21 Kalaris para proteger a terra e manter a paz.

Graças ao monge Bodhidharma, um monge do Budista do Sul da Índia (um príncipe de Tamil Nadu), Kalaripayátu e o Vajramushti foram introduzidos na China e no Japão, e depois noutras terras e países. Na China, o Kalaripayátu e o Vajramushti ficaram com o nome de Kung Fu. No Japão, estas artes foram desenvolvidas dentro do sistema samurai, onde se criou e desenvolveu o Karate-dô e o Kempô.

A idade dourada de Kalaripayatu foi do século XIII ao século XVIII, quando as técnicas foram mais divulgadas e praticadas publicamente. Já no século XIX, os colonialistas britânicos declararam o Kalaripayatu e o Vajramushti como técnicas ilegais e a sua prática e ensino foi gradualmente extinta. Poucos mestres ensinavam estas artes, e quando isto ocorria, tal ensinamento era feito reservadamente.


A cultura física, mental e espiritual

O alvo do Kalaripayatu não está unicamente na arte de defesa pessoal, mas também no vigor da mente através de exercícios físicos e Yoga. O vigor da mente é o vigor de corpo.

Kalaripayatu é uma mistura única de práticas espirituais, mentais e físicas. O seu treino segue rituais específicos. No Gurukula, 'residência dos mestres', há um treino físico rígido assim como um treino ético e espiritual para os praticantes. O Kalariguru, Mestre de Defesa Pessoal, guia os seus estudantes num caminho que lhes permitirá estarem prontos para qualquer situação na vida.

12/03/2008

O Percurso- O caminho da dúvida....


Aqui estou eu no começo de mais uma jornada, espero complicações, alegrias e tristezas, pois a vida é mesmo assim. Mas uma certeza eu tenho, estou a fazer o que gosto e por isso vou lutar com tudo que o posso para vencer mais esta etapa, e como "Tao Te King" disse, "...nada é mais flexível e fraco do que a água, mas para vencer o que é duro e forte, nada a ultrapassa e nada poderia substituí-la. A fraqueza vence a força; a flexibilidade vence a dureza. Todos sabem mas ninguém o consegue pôr em prática. As palavras da verdade parecem paradoxais."

Já passaram umas semanas desde do exame para 7º Kyu in Senshin Ryu Ju Jutsu, já começamos a praticar novas técnicas e, como era de esperar, senti algumas dificuldades numas mais do que noutras, tai-otoshi,suke nage , kote gatame, ude ashi age nage, kata guruma, espero para ver o que me reserva a próxima aula....

Mais uma aula, desta vez o mestre decidiu que estava na altura e seria um dos seus objectivos colocar os nossos membros inferiores tão dotados como os superiores. Como é lógico, eu não me sinto muito à vontade mas dei o meu melhor e até fiquei surpreso pela minha prestação, mas vou ter muito trabalho pela frente, principalmente na minha perna esquerda, pois é na que denoto mais dificuldades. No fim tiramos uma foto de grupo espero em breve colocá-la aqui....

Nesta aula tive a a aperfeiçoar KHION IPPON KUMITÉ 2º serie, treinei com o Samuel, foi um bom treino, duro e sinto que melhorei com algumas correcções do sensei e com a ajuda Samuel foi uma aula bem produtiva. Na quinta-feira não vou treinar, porque o meu compadre faz anos e eu vou estar presente...

Após a minha falta ao último treino, aqui estou eu de volta...
Neste treino, devido ao facto de estarmos em número ímpar (9) tive o prazer de treinar com o sensei, treinamos KHION IPPON KUMITÉ 2º série. Foi uma excelente oportunidade para eu ver e evoluir a minha técnica. Como seria de esperar tive de corrigir alguns aspectos, mas foi um bom treino e ainda houve tempo para praticar as projecções da minha graduação, tai-otoshi,suke nage , kote gatame, ude ashi age nage, kata guruma.

Devido a uma reunião na associação o nosso treino mudou de dia, o que fez com que treinássemos 3ª e 4ª feira. Neste treino tive a responsabilidade de monitorizar as técnicas de uma colega menos graduada e como é lógico medo de errar era muito, mas correu bem, depois voltei a fazer as minhas projecções.
Na terça-feira o início da aula foi dado pelo aluno mais graduado, o Leandro, fizemos um bom aquecimento, logo de seguida começamos a treinar KHION IPPON KUMITÉ 2º série. Treinei com o Duarte, foi bom, pois testei a forma de treino que o Sensei tinha usado no último treino comigo, isto é, repetir a mesma técnica 3 vezes para o mesmo lado, mas com kimê diferente: o primeiro marcar os passos todos, o segundo mais rápido mas a marcar, e por ultimo com todo o kimê. Depois fizemos algum encadeamento de técnicas e por último fizemos a 2ª Kata...

Nas próximas 2 aulas não vou estar presente, uma vez que são datas importantes: a minha mãe e mulher fazem anos.

Voltei, faltei dois treinos, as saudades são muitas e estou ansioso para ver se o tratamento ao meu braço esta a dar resultado. Iniciei o meu tratamento, porque esta lesão estava a limitar-me muito e então falei com o meu cunhado que é fisioterapeuta e decidimos iniciar um tratamento. Estas duas faltas não foram boas a nível de conhecimento e de prática, mas ajudou-me um pouco a recuperar, pois fiz quatro tratamentos e não fiz nada que pudesse agravar ou complicar a recuperação.
Foi um bom treino, tenho reparado que desde a minha mudança que os treinos tem "rendido" mais, treinei com o meu cunhado a 2º série de KHION IPPON KUMITÉ com uma boa intensidade e não me ressenti da lesão, doeu mas nada como dantes e reparei que a minha técnica, embora tenha melhorado, há muitos aspectos que preciso de ter em atenção, mas para a semana há mais.

Tenho andado um pouco ausente do meu blogue por motivos profissionais e pessoais, mas não tenho deixado de treinar.
Nas duas últimas semanas temos treinado para um Sarau que vamos organizar trazendo outras Artes Marciais para participarem nele, este Sarau é para ajudar uma mulher que tem vários problemas de saúde. Como é lógico eu não vou escrever aqui o que estou a fazer, pois quero que quem lê o meu blogue vá ver e seja uma agradável surpresa.
Eu tenho estado um pouco ausente pois a minha vida tem andado num roda viva, mas a exibição já decorreu e correu mais ou menos, pelo menos aos meus olhos, pois treinos bastante para a exibição e houve falhas só pressetiveis a quem percebe ou tenha treinado para que elas não acontecerem, mas os comentários foram favoráveis e isso também é importante.
Agora nesta semana não há treinos para mim, pois foi PAI outra vez, aqui esta mais um orgulho meu o GABRIEL!!!
Retomei os treinos após o nascimento do meu filho, voltamos a concentrar todas as nossas forças e energias em melhorar a nossa técnica.
O meu sensei chamou-me atenção de eu ainda estar "pesado" nas minhas técnicas que teria de soltar mais, é algo que eu ainda custa fazer, esta muito enraizado na minha mente e vou ter de lutar contra ela, pois eu quero evoluir mais e para isso tenho de tornar o meu corpo uma "pena" para que as técnicas fluam mais naturalmente sem dar a sensação de robô.
Tenho de treinar além do corpo a mente.....
Estes dois últimos treinos têm sido revisões de toda a matéria dada, modéstia a parte, estou a safar-me bem, posso não ser o melhor tecnicamente mas estou a dar no duro e sei as técnicas mas tenho sempre de melhorar vários pormenores técnicos, o estagio esta quase a porta, e eu tenho muita vontade de ir mas com dois filhos pode estar difícil, pois este ano todos temos de dormir lá....eu pedi uma will card, vamos ver...
Até para semana.
A resposta a esta pergunta esta num post aparte.
O mês de Agosto tem sido diferente do normal, pois temos treinado sobre a supervisão do Soke Vasco e do Sensei Marcio, os treinos tem sido muito diferentes e motivantes ao mesmo tempo, claro que para mim e para os alunos do porto ter a oportunidade de treinar um mês com os dois tem sido muito benéfico em tudo... Uma experiência do melhor.....
Tenho notado que tenho evoluído, mentalmente e tecnicamente, mas ainda estou preso de movimentos preciso de ser mais gracioso e ter mais cuidado com os meus pulsos em certos movimentos.
Ma só tempo e paciência e presistencia vou lá chegar..


11/03/2008

Diario

O Caminho.....

O meu caminho nas Artes Marciais começou há 3 anos e meio. Comecei sobre a influência do meu cunhado, pois ele praticava Capoeira no Grupo Abada. resolvi experimentar e a paixão foi imediata, pois o calor que eles exprimem em cada luta em cada música é impossível não gostar.

Pratiquei Capoeira durante um ano e foi muito bom, mas durante esse percurso já ia sentindo que não era o meu caminho e apesar de ir ultrapassando as minhas dificuldades na arte em si, o meu interior continuava à procura de um caminho correcto.

Com um nascimento do meu filho David eu decidi parar para poder vê-lo crescer nos seus primeiros meses e ficar com mais tempo disponível possível. Assim, como é lógico algo teria de ser alterado e foi a capoeira a sofrer, pois era o elo mais fraco.

Durante 6 meses passei a ver o meu filho crescer, mas também comecei a ficar um homem mais amargurado, porque o desporto sempre fez parte da minha vida, desde muito novo.

A minha mulher, por iniciativa própria, decidiu que para o meu bem o melhor era voltar ao desporto, mas eu não tinha vontade de voltar para um Ginásio e fazer musculação.
Contudo, ela encontrou num ginásio, perto de nossa casa, uma aula de artes marciais.
Ela apresentou-me como jujitsu.

Eu tinha alguns conhecimentos da arte e logo decidi ir verificar e experimentar. Pude verificar que a ideia tinha sido mal vendida, não era jujitsu, mas sim Senshin Ryu Ju jutsu, mas como era lógico para mim no início a diferença era só no nome, mas depois de uma conversa com o Sensei pude descobrir mais diferenças, era a Arte dos Samurais.

Assim, fiquei muito interessado, pois sempre tive uma paixão pelo Japão e pela sua cultura, mais ainda da postura e da maneira de agir dos Samurais….

E assim, começa a minha viagem em busca de objectivo que até agora estava adormecido, mas teria agora a minha oportunidade de seguir e descobrir por mim...


O Impacto

Comecei então o meu caminho e, como era de esperar, foi difícil e com alguns percalços, mas a paixão ia crescendo por dentro e ia ajudando a vencer os mesmos.

As técnicas e sua compreensão foram lentas, pois os nomes eram difíceis de decorar e as bases eram fracas e, sejamos francos, a idade também não ajuda.

Mas com o Sensei Márcio e com mais 3 companheiros que me acompanharam neste início, companheiros esses o Filipe, o Duarte e o meu cunhado que por sua vez se juntou a mim, vamos percorrer um caminho em conjunto, embora diferente.

Tinha passado um ano e chegou a altura do exame, viajamos para a nossa Escola em Esposende. Foi um caminho para mim muito difícil, uma vez que estava muito nervoso. A minha mulher e o meu filho acompanharam-me nesta viagem, fizemos uma pequena paragem numa bomba de gasolina à espera do Sensei e de um aluno que ele tinha ido buscar. Os nervos aumentaram ainda mais e ainda me vejo a andar a chuva de um lado para o outro para ver se me conseguia acalmar, os resultados eram quase nulos.

Chegamos e estavam lá os outros alunos, os de Esposende, mal os conhecia, só tinha estado com eles no meu primeiro Estágio e a ligação, como era lógico, não era a mesma que tinha com os meus amigos de viagem.

O exame, por incrível que pareça, foi rápido mas intenso, pelo menos para mim. Os nervos tinham sido canalizados para algo, mas qual não foi o meu espanto quando o nosso Mestre disse que tínhamos que voltar a entrar.

Fiquei de rastos, pois pensei que tinha errado e chumbado. Passou-se o almoço e chegou a hora de voltar a entrar, voltamos a fazer o exame e no fim o Mestre Vasco diz: “vocês sabem porque estão aqui?”. Claro que todos tínhamos medo de responder, mas ele também disse logo: "parabéns vocês passaram para laranja".

Foi uma surpresa, eu não esperava isto, aliás ninguém esperava, mas tínhamos passado para laranja.

9º e 8º Kyus in Senshin Ryu Ju Jutsu

O Percurso.

Após esta surpresa de passar de branco para laranja, tinha de voltar a realidade, pois eu sei que foi com esforço que cheguei lá, não podia cair no erro de pensar que seria sempre assim e que eu já sabia tudo.

Mas como era de esperar as responsabilidades aumentaram, era uma evolução.

Contudo, eu estava disposto a enfrentar tudo, pois sentia que finalmente tinha encontrado o queria fazer, tinha sido posto no meu caminho, poderia não ser o melhor aluno mas estava no que sempre havia procurado. Claro que foi um percurso com acidentes e algumas complicações, mas cheguei outra vez ao objectivo ao qual me proponha que era ir a exame.

Este ano sentia-me mais calmo, por experiência ou simplesmente porque estava a tentar enganar a mente. Voltei ao mesmo caminho só que desta vez fui eu, os meus companheiros e amigos para escola.

Quando chegamos lá, já lá estavam os outros companheiros do Porto e de Esposende e, logicamente, a proximidade já era maior, já tínhamos tido outro estágio e uma demonstração, logo já nos conhecíamos melhor e o ambiente já não era tão “frio”.

Desta vez não fomos os primeiros, passou algum tempo e deu para brincar e para desanuviar, entretanto tinha chegado a nossa vez…..

Bem, foi igual ao primeiro, só que desta vez com mais noção e mais responsabilidade. Estava lesionado mas não quis pôr tudo em risco, mas tinha de fazer isto….

Passámos e aqui estou eu com 7º Kyu in Senshin Ryu Ju Jutsu……

A partir daqui, o meu relato será diário……..


Aqui estou eu no começo de mais uma jornada, espero complicações, alegrias e tristezas, pois a vida é mesmo assim. Mas uma certeza eu tenho, estou a fazer o que gosto e por isso vou lutar com tudo que o posso para vencer mais esta etapa, e como "Tao Te King" disse, "...nada é mais flexível e fraco do que a água, mas para vencer o que é duro e forte, nada a ultrapassa e nada poderia substituí-la. A fraqueza vence a força; a flexibilidade vence a dureza. Todos sabem mas ninguém o consegue pôr em prática. As palavras da verdade parecem paradoxais."

Já passaram umas semanas desde do exame para 7º Kyu in Senshin Ryu Ju Jutsu, já começamos a praticar novas técnicas e, como era de esperar, senti algumas dificuldades numas mais do que noutras, tai-otoshi,suke nage , kote gatame, ude ashi age nage, kata guruma, espero para ver o que me reserva a próxima aula....

Mais uma aula, desta vez o mestre decidiu que estava na altura e seria um dos seus objectivos colocar os nossos membros inferiores tão dotados como os superiores. Como é lógico, eu não me sinto muito à vontade mas dei o meu melhor e até fiquei surpreso pela minha prestação, mas vou ter muito trabalho pela frente, principalmente na minha perna esquerda, pois é na que denoto mais dificuldades. No fim tiramos uma foto de grupo espero em breve colocá-la aqui....

Nesta aula tive a a aperfeiçoar KHION IPPON KUMITÉ 2º serie, treinei com o Samuel, foi um bom treino, duro e sinto que melhorei com algumas correcções do sensei e com a ajuda Samuel foi uma aula bem produtiva. Na quinta-feira não vou treinar, porque o meu compadre faz anos e eu vou estar presente...

Após a minha falta ao último treino, aqui estou eu de volta...
Neste treino, devido ao facto de estarmos em número ímpar (9) tive o prazer de treinar com o sensei, treinamos KHION IPPON KUMITÉ 2º série. Foi uma excelente oportunidade para eu ver e evoluir a minha técnica. Como seria de esperar tive de corrigir alguns aspectos, mas foi um bom treino e ainda houve tempo para praticar as projecções da minha graduação, tai-otoshi,suke nage , kote gatame, ude ashi age nage, kata guruma.

Devido a uma reunião na associação o nosso treino mudou de dia, o que fez com que treinássemos 3ª e 4ª feira. Neste treino tive a responsabilidade de monitorizar as técnicas de uma colega menos graduada e como é lógico medo de errar era muito, mas correu bem, depois voltei a fazer as minhas projecções.
Na terça-feira o início da aula foi dado pelo aluno mais graduado, o Leandro, fizemos um bom aquecimento, logo de seguida começamos a treinar KHION IPPON KUMITÉ 2º série. Treinei com o Duarte, foi bom, pois testei a forma de treino que o Sensei tinha usado no último treino comigo, isto é, repetir a mesma técnica 3 vezes para o mesmo lado, mas com kimê diferente: o primeiro marcar os passos todos, o segundo mais rápido mas a marcar, e por ultimo com todo o kimê. Depois fizemos algum encadeamento de técnicas e por último fizemos a 2ª Kata...

Nas próximas 2 aulas não vou estar presente, uma vez que são datas importantes: a minha mãe e mulher fazem anos.

Voltei, faltei dois treinos, as saudades são muitas e estou ansioso para ver se o tratamento ao meu braço esta a dar resultado. Iniciei o meu tratamento, porque esta lesão estava a limitar-me muito e então falei com o meu cunhado que é fisioterapeuta e decidimos iniciar um tratamento. Estas duas faltas não foram boas a nível de conhecimento e de prática, mas ajudou-me um pouco a recuperar, pois fiz quatro tratamentos e não fiz nada que pudesse agravar ou complicar a recuperação.
Foi um bom treino, tenho reparado que desde a minha mudança que os treinos tem "rendido" mais, treinei com o meu cunhado a 2º série de KHION IPPON KUMITÉ com uma boa intensidade e não me ressenti da lesão, doeu mas nada como dantes e reparei que a minha técnica, embora tenha melhorado, há muitos aspectos que preciso de ter em atenção, mas para a semana há mais.

Tenho andado um pouco ausente do meu blogue por motivos profissionais e pessoais, mas não tenho deixado de treinar.
Nas duas últimas semanas temos treinado para um Sarau que vamos organizar trazendo outras Artes Marciais para participarem nele, este Sarau é para ajudar uma mulher que tem vários problemas de saúde. Como é lógico eu não vou escrever aqui o que estou a fazer, pois quero que quem lê o meu blogue vá ver e seja uma agradável surpresa.
Eu tenho estado um pouco ausente pois a minha vida tem andado num roda viva, mas a exibição já decorreu e correu mais ou menos, pelo menos aos meus olhos, pois treinos bastante para a exibição e houve falhas só pressetiveis a quem percebe ou tenha treinado para que elas não acontecerem, mas os comentários foram favoráveis e isso também é importante.
Agora nesta semana não há treinos para mim, pois foi PAI outra vez, aqui esta mais um orgulho meu o GABRIEL!!!
Retomei os treinos após o nascimento do meu filho, voltamos a concentrar todas as nossas forças e energias em melhorar a nossa técnica.
O meu sensei chamou-me atenção de eu ainda estar "pesado" nas minhas técnicas que teria de soltar mais, é algo que eu ainda custa fazer, esta muito enraizado na minha mente e vou ter de lutar contra ela, pois eu quero evoluir mais e para isso tenho de tornar o meu corpo uma "pena" para que as técnicas fluam mais naturalmente sem dar a sensação de robô.
Tenho de treinar além do corpo a mente.....
Estes dois últimos treinos têm sido revisões de toda a matéria dada, modéstia a parte, estou a safar-me bem, posso não ser o melhor tecnicamente mas estou a dar no duro e sei as técnicas mas tenho sempre de melhorar vários pormenores técnicos, o estagio esta quase a porta, e eu tenho muita vontade de ir mas com dois filhos pode estar difícil, pois este ano todos temos de dormir lá....eu pedi uma will card, vamos ver...
Até para semana.
A resposta a esta pergunta esta num post aparte.
O mês de Agosto tem sido diferente do normal, pois temos treinado sobre a supervisão do Soke Vasco e do Sensei Marcio, os treinos tem sido muito diferentes e motivantes ao mesmo tempo, claro que para mim e para os alunos do porto ter a oportunidade de treinar um mês com os dois tem sido muito benéfico em tudo... Uma experiência do melhor.....
Tenho notado que tenho evoluído, mentalmente e tecnicamente, mas ainda estou preso de movimentos preciso de ser mais gracioso e ter mais cuidado com os meus pulsos em certos movimentos.
Ma só tempo e paciência e presistencia vou lá chegar..